30 de setembro de 2014

Voltar a pegar nas agulhas

Costumo ir nadar na pista ao lado enquanto a Inês tem aula de adaptação ao meio aquático. Mas hoje a recepcionista era outra e tinha outro horário na mão e disse-me que àquela hora não havia natação livre. Saí, um pouco irritada, e dirigi-me ao centro da vila, ainda com o cheiro a cloro nas narinas e uma frustração a transbordar da algibeira. Entrei na biblioteca, folheei as revistas, ainda me sentei para logo me levantar como uma mola. Não consegui decidir se comprava um Twix ou parava na marginal a olhar o mar, por isso entrei na Universal para ver que tal as novidades. Foi aí que o vi, perdido no meio das revistas espanholas de crochet e tricot. Trouxe-o, iludida pela senhora asiática das fotografias. É que os livros japoneses de costura, crochet e tricot têm fama de ser bons, mas este, afinal, de japonês tem muito pouco, a começar pelo título: Mon cours de crochet. Não fiz caso e folheei-o avidamente com aquela esperança de que a minha recém-adquirida vida de freelance me permita voltar às agulhas. Infelizmente, ou felizmente, desde que saí da empresa ainda só consegui fazer a bainha de meio cortinado e um babete para o Nenuco, mas estou tão esperançosa de voltar a ocupar os meus serões de roda dos pontos altos em vez de traduzir até às tantas que só folhear este livro me faz feliz.
Em português aqui.








Mesmo feliz, acabei por comprar o Twix.

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