20 de agosto de 2014

Feliz é o ignorante

Eu já antes sentia que seria muito mais feliz se não visse ou ouvisse as notícias. Mas desde que estoirou a notícia da bebé que morreu com água a ferver, seguida da mulher a quem encharcaram de álcool e atearam fogo, à mulher e ao filho de sete meses mortos no último ataque na Palestina, ao jornalista decapitado na Síria, isto só para falar no que mais me chocou nos últimos três dias e sem contar com a perigosíssima epidemia do ébola que nem quero pensar se alastra até nós, que ando a congeminar uma maneira de ficar um mês sem saber o que se passa fora do meu perímetro familiar. Em vez de mudar de casa para um sítio mais pacato, mas aonde as notícias chegam à mesma velocidade, devia mudar para a Antártida ou algo que o valha. É que, quando me ponho a imaginar o sofrimento dos que morreram de uma maneira atroz, sou assolada por uma ansiedade maior do que aquela que julgo aguentar. Quero parar com isto. Quero parar com a maldade no mundo. Quero parar com bebés que têm maus pais ou mães inocentes que estão no sítio errado  à hora errada. Não quero ver mais o telejornal ou ouvir rádio até que a maldade se evapore do mundo, pronto.

E vão ver como o meu índice de felicidade dispara em flecha.


É claro que isto é só uma ideia estúpida.

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